A gente tende a ouvir nossos avós, como fossem espécie de anciões cuja verdade não lhes escapa. Mas não é desse jeito que o mundo funciona, não são os anos de vivência que trazem-nos a luz. A luz se nos dá ou não se nos dá.
Não que as sabedorias de um avô ou de uma avó não devam ser ouvidas: sim, elas trazem verdades, ainda que verdades breves. Só posso conter o que me cabe? É verdade. Mas e quando eu contenho o que não me é possível conter, e quando fantasmas vêm me fazer cócegas no pé sem que eu saiba sequer que tenho cócegas? Da mesma forma, só deixamo-nos longe da ideia de fazer a sopa se quisermos comer outra coisa. O siri é mais rápido que nós, fato, mas aí temos DUAS alternativas, uma tão verdadeira quanto a outra - deixar o siri na toca dele e ir comer um sanduíche num boteco; ou continuar atrás do crustáceo até que o peguemos. Esta última vai dar uma canseira, mas a sopa, se for feita, vai ter gosto de vitória! Aquela primeira vai nos deixar com tempo suficiente pra correr atrás de qualquer outra coisa, outro bicho...
O que deve ficar é o seguinte: as sabedorias, seja do avô, seja da avó, seja de um sábio, devem ser lidas, devem ser consideradas. Mas não devem guiar-nos a lugar nenhum que já não tenhamos nos apontado.
17.12.11
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