Vamos lá, homens, e
cortemos a desavença!
Tudo que o mundo quer
é morrer na indiferença.
28.9.09
27.9.09
Verdade indiferente
O amigo me pergunta:
-Acha mesmo que vão te ler?
O que não vão, amigo, é me entender.
-Acha mesmo que vão te ler?
O que não vão, amigo, é me entender.
26.9.09
Verdadeira teologia
...seja como for, será seguindo o acaso - e todas as certezas do acaso. E ai de quem ousar interromper essa obra magnífica que é a eternidade, ai de todos nós. Se Deus, num dia desses, decidir acabar com tudo, gritaremos:
-Não! É a vez da criação!
E Ele, com o rabo entre as patas, vai pra longe - se esconder em algum cantinho do infinito.
-Não! É a vez da criação!
E Ele, com o rabo entre as patas, vai pra longe - se esconder em algum cantinho do infinito.
17.9.09
Queda da Bastilha
Basta! Nada é mais arisco e escorregadio que a sapiência. Nada é mais aterrorizador que os sinônimos de tudo. Não, não pensarei mais como máquina, pensarei agora como música de Hermeto Pascoal.
14.9.09
A gravata
Vestido em seu terno de flanela o velho entrava no trem. Com um sorriso de vinte e sete dentes, carregava em si um orgulho máximo por sua nova gravata. Como era linda, como era elegante. O jovem que cedeu seu assento levantara-se pela beleza da gravata. O silêncio só era interrompido pelo constante clancalhar dos trilhos - todos estavam estupefatos pela beleza da gravata.
Chegara em sua estação.
Sua calça rasgou enquanto levantava: nada o preocupava menos. A gravata ela tão bela que ele nem ligava em enfrentar a cidade com a bunda de fora.
Póstuma descoberta
Sempre fui desses curiosos. Desses que não passam um dia sem perguntar o porquê ou o quando ou o como ou o quem. Sempre quis saber. Saber de tudo que não sei, de tudo que há pra saber. Mas nunca soube exatamente o que queria da vida. Hoje, com meus 17 fios de cabelo, brancos como as entrelinhas, sei de muita coisa e não sei de outras tantas. Mas o que sempre deveria ter sabido, descobri há pouco: Morrer é inevitável.
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