13.12.11

Cleide

Foi Cleide, boa e véia, que me ensinou a falar pernambucano. Mas eu não aprendi. Que desgosto! Agora, anos mais tarde, sempre que sinto cheiro de alho em minhas mãos ouço sua voz entoando cantigas mamelucas, sinto seu abraço apertado e seu suor pingar em minha cabeça. Só agora começo a balbuciar minhas primeiras palavras como nato Leão do Norte.

Os nordestinos não vieram pra cá pra fugir de adversidade nenhuma. Vieram porque São Paulo tava tão pobre, tão sem cheiro, tão sem som...

Nenhum comentário:

Postar um comentário