12.9.10

Amigo imaginário

O menino ia ver seus avós várias vezes ao ano. Suco de manga, cana do pé, goiabada. História na hora de dormir, assobio, piranha empalhada. Floripa era longe, mas era casa e era alegria.

Todavia um dia o menino cresceu um pouquinho demais e a melancolia que vem junto com o espichar chegou - mesmo que o espichar tenha sido pouco. Numa das visitas à Ilha, seu avô percebeu sua solidão e teve a ideia mais maravilhosa de todas.

- Vem aqui, vou te apresentar um amigo! Esse aqui é o Juquinha.

O menino sabia que não existia ninguém no mundo que se chamasse Juquinha, mas se abriu à possibilidade. Os dois ficaram amigos, brincaram bastante juntos. Mas na hora do menino voltar pra São Paulo, Juquinha ficou.

Não aceitavam dinheiro imaginário na Transbrasil.

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